Monday, February 26, 2007

Parte Final


O feriado tinha passado rápido demais, principalmente para a jovem que arrumava sua mala não querendo ir embora de volta para a escola. A cada presente que Sam colocava dentro da mala era um pensamento ou um suspiro. Era hora de voltar para o mundo real.

Todos que estavam hospedados lá também iriam retornar para seus lares, cada um em um país diferente e não sabiam quando se veriam novamente. Sam esperava que na páscoa pudesse rever seu tio, que prometera ir até Londres para ajudá-la a tirar a carteira de motorista.

- Se não posso voar, posso dirigir. Quem sabe depois ele me ensina a pilotar uma moto? - Sam falou mais para si e se surpreendeu ou ter uma resposta.

- Moto é perigoso demais para a senhorita. Só carro e olhe lá, vou escolher algum seguro para te dar, nada de conversíveis. - Peter Blair entrou no quarto e sentou na cama.

- Você vai me dar um carro? - A morena que estava sentada no chão guardando seus pertences olhou para ele, esperançosa.

- Vou, mas só depois que você passar na prova. Presente de aniversário, já que o natal passou.

- Eu sabia que tinha que ter alguma vantagem em fazer aniversário perto do natal. Um dia isso ia recompensar!

Sam se levantou e fechou a porta. Tentara ficar a sós com seu avô desde que chegou na casa, mas não conseguiu nenhuma vez. Ela entendeu que ele foi até o quarto dela extamente para conversarem.

Peter observou a mudança de Sam, ela ficou mais séria e sentou a sua frente. O brilho nos olhos entregava ainda a criança ali dentro, mas a postura era de alguém que queria aprender e, acima de tudo, queria ajudar.

O patriarca da família tinha percebido que não iria conseguir segurar sua neta, principalmente ao ver qual o livro que ela pegara. No início ele ficou preocupado, dentro daquelas páginas estavam dados importantes e alguns sigilosos. Depois viu que estaria mais seguro com a neta em Hogwarts do que na casa dele.

- Neal veio me perguntar sobre a capa que te dei. Contei a ele uma parte da verdade, que era para te protegar, já que Londres está perigosa. - Peter falava, esperando para ver se Sam falaria algo.

- Ele veio conversar comigo, está preocupado. Não tem como não ficar né? Às vezes eu acho que Hogwarts não é mais tão segura quanto antes.

Sam olhou para o lençol da cama pensando se contava para seu avô sobre o Olho da Serpente. Peter percebeu que ela estava procurando palavras para contar algo, sua última frase era uma deixa para se perguntar o que estava acontecendo e ele sempre fora muito bom vendo esses atos falhos.

- Me conte o que está na sua cabecinha. - O senhor pegou a mão da neta e segurou entre as suas, mostrando que não precisava se preocupar.

A resposta foi imediata, Sam contou sobre o Olho da Serpente e o Olho do Grifo que suas amigas escreviam. Falou sobre a investigação e o fato que se sentia uma inútil não fazendo nada, só servindo o café.

- Querida, o coração de todos que lutam também precisa de cuidados. Não diminua o poder do seu carinho e amor. - Peter escondeu o fato que ficou um pouco preocupado com o que ouvira, já estava tendo alguma movimentação dentro da própria escola e Dumbledore não estava vendo.

- Eu sei... Vovô, não fica preocupado. Se quiser eu escrevo toda semana só falando que estou bem. E até onde vi, estamos paradas nas investigações. O bom é que as mafiosas dão esperança e força para quem lê o que elas escrevem.

Os olhos da jovem foram para sua mala e viram o livro que pegara. Ela se abaixou e pegou mostrando para o avô ele aumentado. Ele sorriu ao ver que ela estava realmente lendo e estudando aquilo.

- Não está praticando em ninguém, não é? - Ele falou correndo algumas páginas.

- Quase não fiz nada, fiquei com medo de machucar alguém. Mas já li bastante... - Sam se lembrou da pasta. - Vô esqueci as suas fotos na escola, desculpa. Eu ia te devolver hoje. Quer que eu mande por alguma coruja?

- Não, não me mande. Eu pego com você quando o ano letivo acabar. Deixa tudo com junto, é melhor. Não leve para casa nem na páscoa, está bem? - Peter fechou o livro e o guardou na mala. Ia falar algo, mas ouviu o som da porta se abrindo e achou melhor ver primeiro quem era.

Ella entrava no quarto, já estava vestida para viajar. Seu pai tinha pedido para ela achar seu avô e buscar Sam. Não demorou para a garota perceber que estavam os dois juntos no quarto. Enrolou um pouco o tempo até entrar, achou que poderiam estar conversando algo importante, já que a porta estava fechada.

- Vô, papai está te procurando.

- Obrigado, vou descer. - Ele se levantou dando um beijo na testa de Sam e na de Ella, parando na frente da mais velha. - Cuide bem da nossa caçula.

A outra somente assentiu e foi até Sam, que fechava a mala, com tudo seu já guardado. Ella estendeu a mão para sua irmã e sorriu.

- Vamos? Tio Neal vai nos levar ao aeroporto novamente.

- Sem papai e mamãe? Ninguém mais vai? - Sam não conseguiu disfarçar a tristeza.

- Eles vão depois, Sis. Mas vou estar com você o tempo todo não conta?

- Claro! O que seria de mim sem minha irmã do coração. - Sam pegou a mão de Ella e para saírem do quarto.

- Não se preocupe Sis, sempre teremos Paris...

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