Monday, February 26, 2007

Parte II


Ainda estava tirando as roupas da mala, quando Sam viu a pequena caixinha de música que Darien a dera antes de sair de Hogwarts. Sentou na beirada da janela e ficou olhando o lindo presente e os detalhes dela, não tinha reparado antes que a pequenina tampa verde abria. Não era um porta jóias, mas caberia algumas coisinhas pequenas.

Ao ouvir a música, sua mente voltou para a escola e o clima que a Inglaterra se encontrava, era tão diferente dali. Olhou pela janela e viu suas tias e sua avó conversando dentro da estufa, enquanto seu priminho corria pela neve com o pai. Ao ver a cena, Sam não pôde deixar de sorrir e querer ficar ali mais tempo, sua família era um dos bens mais preciosos que tinha.

- Realmente estou melosa demais... - Sam falou para si mesma, e logo imaginou o que suas amigas mafiosas iriam falar, elas também eram sua família.

- Você sonha acordada demais, Sis. Mamãe e papai chegaram junto com o vovô. - Ella estava na porta, chamando a irmã caçula para descer.

Acenando com a cabeça, a morena de olhos acinzentados guardou a caixinha e empurrou a mala para debaixo da cama, arrumaria suas roupas depois. Agora teria reunião familiar e as conversas divertidas que vinham desse encontro.

Desceu as escadas rapidamente, ainda não tinha encontrado com seu avô, somente com as suas duas avós que tomaram conta da cozinha, para a felicidade de Sam.

- Vovô! - Sam pulou em seus braços, o que fez o senhor balançar.

- Menos Sam, ou meu pai não agüenta. Você já cresceu... - Thomas levava a bagagem para dentro de casa.

- Minha neta sempre será uma criança para mim. - Peter tirava uma barra de chocolate do bolso para Sam, que o beijou em agradecimento.

Ao abrir a embalagem, ela viu uma mão pequena pegar seu doce e correr, rindo e comendo.

- Bêêê!!! - Sam correu atrás do primo pela parte de fora da casa, enquanto os adultos sentavam e conversavam.

Não demorou para Sarah se levantar e pegar Bernard, que estava reclamando de fome, o que deu um intervalo para Sam ir até o restante da família. Sentou no chão e deitou a cabeça no colo da mãe para ouvir a conversa, gostava disso. Normalmente falavam sobre histórias antigas, as famílias de Thomas e Sonya se integravam como se fossem uma só.

Dessa vez foi diferente, o assunto era somente um: a guerra que acontecia abertamente na Inglaterra e se deveriam continuar morando lá. As críticas ao Ministério Inglês eram grandes e todos se mostravam insatisfeitos com o que o Scrimegour não estava fazendo.

Sam percebeu que elas e as amigas se divertiam dentro da escola, enquanto coisas muito sérias aconteciam fora daqueles muros. Mina e Lore, ao menos, estavam fazendo algo com o Olho do Grifo, e sentiu um peso na consciência ao ver que não fazia nada.

Enquanto os ouvia comparar a última guerra à atual, não pôde deixar de ver que seu avô estava mais impulsivo e conseguia ver também um pouco de medo nos olhos de sua avó. Sempre quis saber o que tinha acontecido enquanto Peter trabalhara como auror, mas o máximo que conseguiu foi o livro que pegara ‘emprestado’ dele.

- Sammy? Sobrinha do coração... - Neil estava chamando Sam que estava perdida em seus pensamentos.

- Hã? Tô acordada. Diga.

- Tem certeza? Eu ia perguntar se quer dirigir um pouco agora, mas se estiver com sono não é bom.

A resposta foi um pulo da morena e vários risos em volta. Sam pegou as chaves da mão do tio e correu para o carro. Voltaria seus pensamentos para seu avô depois, naquela hora ia aproveitar o tio e o carro dele.

*****

Já estava escuro quando a porta da casa abriu e Sam entrou toda sorridente e aos pulos. Logo atrás vinha seu tio sorrindo orgulhoso da sobrinha. Se ele não soubesse, poderia jurar que ela já tinha dirigido antes de tão bem que tinha se saído.

- Eu sou o máximo! Já sei fazer quase tudo. Quem precisa aparatar? Eu vou de carro! - Sam contava a todos que estavam ali como tinha sido sua aula.

- E os créditos do professor? - Neil fez um rosto magoado.

- O professor é excelente, mas fica até fácil quando a aluna tem talento nato. - Ela respondeu abrindo mais ainda o sorriso

Sam subiu correndo as escadas, queria tomar banho desesperadamente. Descobrira que dirigir era bom, mas que era um exercício para braços e pescoço, com certeza era.

Poucos minutos depois, a morena saiu sorridente do chuveiro, ainda bastante orgulhosa de si mesma. Só conseguia pensar em escrever para suas amigas e contar a grande novidade, iria aprender a dirigir.

Puxou a mala para pegar sua escova de cabelo, que ainda não tinha colocado na gaveta, e viu que tinha deixado algo mais ali, o livro de auror do seu avô. Tinha levado para tirar algumas dúvidas com ele sobre o que poderia ou não tentar aprender, já que agora tinha a permissão oficial e não precisava esconder que pegara nas férias anteriores.

- Ai droga, esqueci as fotos dele. Isso eu queria devolver... - Sam olhava a parte onde a pequenina pasta ficara. - Agora já era...

Ela pegou o livro e estava pronta para descer com ele quando lembrou que sua avó mataria o marido se soubesse que ele deixou que ela aprendesse algo mais que a matéria escolar. Ainda mais se fosse algo relacionado à carreira de auror, que ela não apoiava Samantha seguir de modo algum.

Sem ter muita opção, ela guardou o livro de volta na mala. Iria esperar a oportunidade certa para falar com Peter Blair.

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